então essa coisa de Dia da Mulher. a ideia inicial é ótima, porque é um dia para se pensar na condição feminina enquanto minoria, mas com o tempo tomou uma dimensão absurda, virou o Dia de Celebrar os Clichês Femininos. aí vem o povo dar “parabéns” pra mim, porque as mulheres são “sensíveis”, “fortes”, “delicadas” e não-sei-que-mais. e é engraçado, eu digo isso todos os anos neste dia, mas vou continuar insistindo: no 20 de novembro eu não vejo ninguém dando “parabéns” às pessoas da raça negra por sua ginga, sua facilidade no futebol ou sua pele firme e elástica, por exemplo, mas de algum modo no dia 8 de março não só é aceito como também é esperado que as pessoas me parabenizem por ser este ser excepcional, que é “melhor” que os homens. e isso acontece com a conivência de muitas mulheres, várias adoram esse dia por isso mesmo, por essa atenção, valorizam esse papel. e é como tava falando o meu amigo Leandro José no Twitter: é um dia de valorizar a mulher por trabalhar fora e depois fazer todo o serviço da casa, e dizer que é isso que faz delas seres tão importantes, porque assim “ela se lembra como tem que se comportar”. e lá vamos nós mulheres sermos domadas pela lisonja, mais uma vez… (eu não! inclua-me fora dessa, se faz favor).

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